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A indústria brasileira também se destaca em inovação tecnológica, com 66,8% de participação em investimentos empresariais em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) (BRASIL, 2024a), além de oferecer capacitação técnica de alta qualidade e promover o bem-estar de seus empregados e familiares, por meio de programas como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI). Além de sua relevância econômica, a indústria direciona padrões de consumo e estilo de vida da sociedade como um todo. Sua distribuição geográfica afeta tanto a estrutura quanto o ordenamento territorial, com influência sobre infraestrutura, mobilidade e planejamento urbano e rural. O setor também desempenha um papel crucial na promoção da cultura brasileira, seja por meio da incorporação de elementos em seus produtos ou pelo patrocínio, apoio e promoção de eventos culturais, esportivos, projetos artísticos e iniciativas comunitárias.

Do ponto de vista de mitigação, o setor de processos industriais e uso de produtos (IPPU)1, é responsável por 6,3%, da emissão nacional de gases de efeito estufa (GEE), segundo a 4ª Comunicação Nacional do Brasil à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (BRASIL, 2021b). Adicionalmente, vale ressaltar que grande parte das indústrias são energointensivas2, dependentes de água e de matéria-prima de origem vegetal, animal e mineral. A complexa interdependência das cadeias de valor da indústria nacional aumenta sua vulnerabilidade em relação aos efeitos da mudança do clima. Subsetores industriais intensivos no uso de água estão mais expostos à seca. Por exemplo, a estiagem ocorrida no Amazonas entre outubro e novembro de 2023 resultou no menor nível atingido pelo Rio Negro no último século (12,7 metros), resultando em custos de mais de R$ 1 bilhão para a indústria local devido à impactos na cadeia de suprimentos (ZARUR, 2024).